“Time flows in the same way for all human beings; every human being flows through time in a different way.”
Yasunari Kawabata

Semper Fidelis

Costas com costas. Substitui, da tua vida, todos os 'sou' por um 'era'.

A derradeira honra despede-se no preconceito e rebola a pés pela cama desta tempestade com as pernas fechadas de modo a que a trovoada seja a única coisa a ver-se nos restos mordidos desta noite.
Quer eles, vestidos de toda a falsa simpatia, quer elas, despidas de toda a falsidade, miram a almofada como um fundo a asfixiar. Ela é a ancora de ser, talvez pelas palavras, pela insanidade do amor-ódio entre camas a um pé de distância com ele entalado pelos fins. Entende-se na razão de não o ser. Ele é uma carta deixada em nome de todos os outros que o quiseram ser. Um remetente distante que já nos viu pelo fim dos nossos próprios olhos. Lembra-me:

A morte é a inexistência suspensa no vazio, e todos somos a razão que se distancia pelo tempo. Fingem amor mas sentem dor para poderem manter amizades que pelas costas julgam-se falsas.
O coração é apenas um condutor que viajava sem cinto. 
Cinto que rasga, sinto que parte. Sou apenas mais um arrastado num traço coagulado que faz de destino a quem caminha de mãos atadas neste alcatrão.