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Causa feita sobre poema
Um beco sem saída intelectual dos mestres que me ensinaram a ser aprendiz
Não é a ruína alheia que me assusta, ou me faz mendigar-lhes a certeza
Aprendi-me em demasia com as tuas rezas, e não é por isso que choro-me perante a pedra
A verdade, mais incerta que outrora, apenas me cativa o coração a uma mina onde a ave morreu antes de entrar
Não sou salvador de ninguém
As palavras apenas entram em mim como soneto
Inspiram a arte do meu capital depressivo
Para quem não tem a certeza de todas as vezes que nos afogamos
A dúvida substitui-se com um aceno no ar
Os anjos estão contaminados com a destreza da ficção que alguns vão chamando destino
Apanham-se todos os inocentes de mãos atadas ao incerto
Casas de vidro são belas
Estilhaçadas na direcção dos nossos olhos
Se os meus cabelos caírem, espero que seja no Outono
As lágrimas são apenas um oceano folhas secas
O vento debaixo da porta é uma deriva
Um grito fantasmagórico do vazio
Repete-se a banda sonora de quem não acaba aos gritos nos hospitais
Harmonia do meu asilo mental abandonado
Feliz é o cadáver deitado de barriga para o ar ao entrar ainda quente na morgue
Não quero acabar num caixão rodeado de idiotas
Para isso já me basta viver
Ao som de: Crimson Scarlet - Two Kinds of Red