“Time flows in the same way for all human beings; every human being flows through time in a different way.”
Yasunari Kawabata



Se eu tiver que, na minha modesta opinião, escolher o melhor albúm de 2011, a minha resposta cairá sem qualquer tipo de duvida em "Torn Beyond Reason" de Woods of Desolation.
Mais do que música, ou black metal carregado de ondas depressivas que me sugam a areia dos pés e me embalam a alma à deriva no cimo das águas, bem longe do meu corpo arrastado no fundo do oceano, encontrei aqui um calmante nostálgico carregado de pequenas fotografias, sorrisos e esboços que não tiveram cor suficiente para se tornarem uma agulha concreta na realidade de balões que se anseiam rebentar.
Um pequeno suspiro confortante e apático "do fim inevitável" que a vida nos sugere docemente a cada esquina que atravessamos, e vemos alguém ser atropelado mortalmente nas passadeiras que tínhamos como seguras sem nada poder fazer.
Algo me diz, que pouco de mim sente, entre sorrisos e centenas de horas que se diluíram em memórias aparentemente exclusivas da minha mente, a ilusão do hino da saudade que faz-nos um poço de desejos que absorve tudo o que lhe querem afogar. Acabamos todos cheios de lama que, camada a camada, vai sepultando no tempo sorrisos e dedicações até o dia que eles se esquecem que um dia existiram de certa maneira...