Promete mais uma vez aquilo que não pensaste cumprir.
Arrasta o sufoco pelos cabelos. Eles ja vão mortos muito antes da colisão frontal com o destino.
Os poemas dele onde pairam neste ar?
Reconheço-lhe o medo da tempestade, o grito patético do culto do sol de Verão. Rio-me, de tudo, na cara anónima da multidão, perante a convergência do príncipe adorador da luz que tenta entrar em castelos de neve e morre à porta estilhaçado. Afinal de contas vestir a beleza não implica ser-lhe interior verdadeiro.
Ele que se desfaça em pó no sol que tanto venera.
Uma certeza inconveniente do desconhecido. Um verdadeiro néctar extraído da verdade e consequência que foi directamente aplaudido pelas faces vazias do meu próprio silêncio.
Fui-lhe sincero e disse-lhe o que pensava nunca ter de lhe dizer antes de morrer.
A anemia veste-se de preto, sabias?
Ela chega no silêncio da neve.
Por mais que me grite que lhe "bato forte lá dentro", os meus braços permanecem cicatrizes pálidas e silenciosas de todo o tempo que me esqueci de ver no relógio passar.
Não te posso agarrar.
Disse-lhe, enquanto olhava a chuva cair com a pequena esperança de nevar nesta 'estrela' despida, o verdadeiro rasgo das minhas mantas negras:
"Amei uma pessoa em toda a minha vida e tive apenas vontades de ter sexo com outras. Um simples sorriso dela é mais satisfatório que a força de todos os orgasmos que poderia ter em toda a minha vida."
Mas ali fiquei pálido dentro das serenatas falsas daquela sala escura onde todos tentam fingir sentir a felicidade. Limitei-me, apenas, a olhar o chão e ficar horas em silêncio sem ela me verdadeiramente entender.
