“Time flows in the same way for all human beings; every human being flows through time in a different way.”
Yasunari Kawabata

A beleza que te alienam é o pequeno coro das sinfonias do choro, que afundado na fome dos ventos entrelaçadas nos rios, te procuram para morrer de mãos leves no peito. Um voar de espaços que tão bem conhecemos, preso a um espelho retratado por uma anorexia pálida que se afunda no por do sol, deitado numa cama de lençóis brancos perdida no oceano.
Talvez seja a despedida que te levo, humildemente, com as flores que ofereço ás marés em nome de tudo o que acreditava. Algo vive em mim que te torna bela, e se me vou embora, apodrece. Será o sol que me transpira a ilusão, e as pedras que me sento sabendo que sufoco a tentar nadar.  Vejo, do outro lado do horizonte, tudo o que fica no reverso da verdade, da lua que se ergue para me embalar, e dar a cor morna das coisas. O frio do vento, a tranquilidade da poesia que te escrevi algures na espuma do mar.
Persegue uma ideia, um fruto do tempo que me abanou as cortinas da honestidade dos vossos amores eternos.
A ruptura não desfaz apenas almas, consegue penetrar os físicos mais sábios. São eles todos parte da lâmina dessa tesoura separados pela ganância de quem tudo quer cortar. Não lhes tenho pena.
Não há maior traição no mundo que criar um animal para no fim o comer.