Chama-me sem me falares.
Como algo perdido no oceano do fundo da noite, entre os teus lábios firmes sobre a mais convicta falta de dor, nos dias em que a luz não entra pela janela porque as cortinas da vida são, nos olhos de quem as vê, apenas um adereço de quem vive do lado de fora. Talvez um jardim coberto de pó, apaixonado, ou alguns odores derretidos pelas plantas entre ramos e folhas: o néctar da morte condensada.
Sopra-o nas tuas marés mais agitadas, com a leveza do mais pesado defeito, para algures ao lado onde o meu corpo repousa no mais puro e tranquilo silêncio na jangada de açúcar. Escrevi-te no céu que a aura é apenas um reles elemento desprezível nas loucuras, a tragédia de classe alta daqueles que se viciam em frágeis modas de firmeza.
A vida tornou-se numa enorme colmeia de vespas dentro de uma vagina que alguém se esqueceu de tirar a virgindade.