Tenho pernas como os outros.
Sou um prostituto de luxo que trabalha numa casa reles. Olha-me nos olhos da próxima vez que abusares de mim. Fecha a porta, não a abras só para espreitar com tanta falta de coragem e integridade.
Paga-me à hora e depois desse tempo nada me deves, nunca deveste não é? Tão certo como deus ser uma mulher a dias num rés do chão sem janelas.
Paga-me à hora e depois desse tempo nada me deves, nunca deveste não é? Tão certo como deus ser uma mulher a dias num rés do chão sem janelas.
Começo as frágeis ideias que me perspectivo. As faltas de vontades que choro, e todas as lágrimas que deixo para os outros se rirem. São todos príncipes, mas deixam-me modernamente feliz, por saber que todos vão morrer um dia.
Entreguei aos braços de quem me tentou abraçar e apenas caí, como um cadáver, à falta de qualquer sentimento pelo calor humano. Vomitei-me numa música que não faz mais parte desa banda sonora.
Dança-a em nome de quem ela foi escrita.
Dança-a em nome de quem ela foi escrita.
Mas quem julga nesta vida?
Nunca outrora entrei em deriva pela razão, por extenso ou por sentimento, porque as nuvens sempre me confortaram o céu. Não pelo céu cheio de sol dos vermes, mas pela neve, pela chuva, pelo embalar de estrelas que frio tão bem sabe cantar.
Vivo a ironia do meu corpo, da mesma como como carrego o meu Ankh cravado numa lâmina.
Comecem os sinos a tocar.
Não é a dor que me assusta, não é o sabor da morte que me enjoa. Esse menu tão sido fantástico porque pela primeira vez me recuso a tais sobremesas.
Engravidei a minha homossexualidade naquele casamento ténue de três ponteiros que não decidem a sua hora. Estamos todos atrasados! Pelo tempo, e pelo que nos rodeia.
Quem tem coragem para falar de natureza?
Que a explore então, como a minha virgindade perdida, nos confins do nada que jamais pode voltar.
Eu não faço parte de todo de qualquer cadeira alimentar.
Eu não faço parte de todo de qualquer cadeira alimentar.
Tenho medo e nada tenho na verdade.
Fizeste-me uma criança sentada atrás da porta à espera do teu ultimo tac.
Não é o cinto que me assusta.
Anda, bate-me, marca-me, humilha-me enquanto podes.
Sabes que vou sorrir para ti, dessa dor insignificante que me tentas infligir.
Os dias contam-se a si mesmos.
Tento imaginar-me na pele de todos eles. Sou apenas um crucifixo sem sombra numa colina de costas voltadas a deus. Como é ser-te, tu que me lês?
Como é deixar-me e nunca mais voltar?
(Rejeita a existência)
Os dias contam-se a si mesmos.
Tento imaginar-me na pele de todos eles. Sou apenas um crucifixo sem sombra numa colina de costas voltadas a deus. Como é ser-te, tu que me lês?
Como é deixar-me e nunca mais voltar?
(Rejeita a existência)
Queres um hemangioma-relógio que te pode fazer amanha não acordar?
Tic, tac, tic, tac.
(Continua a tua marcha, eu já te virei as costas)
Se te curo, mato-me. E por isso sou forçado a dar-te as mãos.
Mas eu choro, não por ti!
(Continua a tua marcha, eu já te virei as costas)
Se te curo, mato-me. E por isso sou forçado a dar-te as mãos.
Mas eu choro, não por ti!
Não como homem, não como mulher.
Choro-me como trovão.
Todos ouvem o estrondo, ninguém apanha rasgos de luz.
Todos ouvem o estrondo, ninguém apanha rasgos de luz.
O poema para todos os que sabem que vão morrer e nada podem fazer por isso.
(Quem não está nesta lista, verdadeiramente?)
(Quem não está nesta lista, verdadeiramente?)