Tornou-se uma democracia.
Um espaço em que nada mando e uma mente que nada penso. Talvez, uma representatividade que me deixará em pequenos monólogos ou de peito vazio, bem à imagem pálida do meu corpo, que estilhaçado pelos vidros da sinceridade, se vai erguendo pelas manhãs frias e distantes de tudo o que acredito.
Não quis de todo, com o meu último texto, engravidar uma série de virgens ofendidas com a prostituição que me submeto. Tenho noção do que escrevi, com a minha verdadeira cara, com o grito mudo da realidade de exposição.
Quando me perguntam as loucuras, eu responde-lhes com o silêncio. Nada lhes devo, na verdade. Quem nada me dá, está na sua legitimidade.
Apenas cheguei à conclusão que todas as pessoas na minha vida nunca receberam quase nada de mim. Apenas posso dar pouco de mim, na verdade. Um braço, uma mão, ou dedos cruzados debaixo de um rasgo de luz. Como o olhar revirado de uma mulher o seu climax sexual.
A minha pele guarda muito mais que um laço entre presentes por mais que esses fossem diários.
Nada foi escrito para durar para sempre, porque muito não consegue passar as barreiras de mim mesmo.
Talvez as ruínas de tudo isto que vejo à minha volta signifiquem o verdadeiro castelo onde me sinto príncipe. Um pequeno príncipe da decepção, em que o rei já há muito partiu sem nunca me ter ensinado o verdadeiro valor do reino.
Ela ainda insiste algures nos jardins da minha imaginação:
'c. - Que procuras dentro de ti?
m. - Cultivar agonias. Algum dia lhe viste as flores?'
Uma serenata de silêncio, sangue e rosas ao som dos gemidos sexuais do vosso terno
amor.