“Time flows in the same way for all human beings; every human being flows through time in a different way.”
Yasunari Kawabata


Não cravem a força sem antes lhes perceberem as ruínas.
Um eco de um toque é o que resta, uma linha simples num reino de pesadelos e buzinas à distancia. Se é um pouco de medo que pretendo, a pele morta, assusta-se a si mesma.
Bailam então, numa orquestra ao som da perfeição, o verdadeiro Requiem das suas faces. Um monte de impossibilidades nobres que me derreteriam o coração de falsa pena se ainda o tivesse. Mas quem o tem na verdade?
A cruz que me espera tem o nome de quem a escreveu. Para a conhecer terei de cair, para me arrepender terei de a procurar.
Eu sei que me pedem para não deixar esta pele pálida, e noto a sinceridade de melhor em entenderem-me. Porém, a asfixia que me submeti encantou as inquisições do meu vazio e pouco resta dos meus frágeis sentimentos.
Desconheço os esconderijos dos sobreviventes. Apenas sei que pela gélidas noites, alguns voltam para atormentarem o sono.
Não é que não consiga amar aquilo que sempre lhe foi pó, pecado e ridículo. Apenas por a mão no peito acalma a vida que o vazio adormeceu.



Escrito ao som de:
My Dying Bride - For My Fallen Angel